ANA
ASTROLOGIA CLÁSSICA
& VIDA MODERNA
As 3 Luas na astrologia tradicional 

Na astrologia tradicional, a Lua é uma das chaves para entender a vida, o corpo e a alma — mas sua análise vai muito além do signo em que ela estava quando você nasceu.

Autores como Ptolemeu, Doroteu de Sídon e Abū Maʿshar ensinaram que há três momentos lunares fundamentais para julgar a constituição, a vitalidade e o destino de uma pessoa:

1️⃣ A Lua na carta natal

A posição da Lua no momento do nascimento mostra sua natureza corporal e emocional. Ela rege os ritmos do corpo, os hábitos, a imaginação — e é um dos principais indicadores do temperamento, como ensina Doroteus no Carmen Astrologicum.

2️⃣ A syzygia pré-natal (Lua nova ou cheia anterior ao nascimento) 

Esse é o último alinhamento importante entre Sol e Lua antes do nascimento. Para autores antigos, esse ponto marca a origem da alma, o momento em que a influência celeste se prepara para receber o espírito no corpo. Também era usada para observar os sinais da vitalidade e da força vital, como também se vê no Tetrabiblos de Ptolemeu.

3️⃣ A Lua do terceiro dia 

Três dias após o nascimento, vemos se a Lua melhora ou piora de condição: ela faz bons aspectos? entra em signo melhor? Ou enfrenta debilidade? Isso indica como a vida avança após o nascimento — uma técnica ensinada por vários autores da tradição helenística, árabe e persa, como forma de julgar a saúde e os primeiros anos da vida.

Juntas, essas três Luas revelam como o espírito encarna, como o corpo o recebe, e como a vida se desenvolve a partir daí.

Comenta aqui se há conhecia esta abordagem, e se percebe em sua vida estas nuances. 

Fontes: Ptolemeu – Tetrabiblos; Doroteu – Carmen Astrologicum; Abū Maʿshar – O Grande Livro da Introdução à Astrologia.

#astrologiatradicional #mapanatal #anarodrigues_astrologa #astrologiaclassica
As 3 Luas na astrologia tradicional Na astrologia tradicional, a Lua é uma das chaves para entender a vida, o corpo e a alma — mas sua análise vai muito além do signo em que ela estava quando você nasceu. Autores como Ptolemeu, Doroteu de Sídon e Abū Maʿshar ensinaram que há três momentos lunares fundamentais para julgar a constituição, a vitalidade e o destino de uma pessoa: 1️⃣ A Lua na carta natal A posição da Lua no momento do nascimento mostra sua natureza corporal e emocional. Ela rege os ritmos do corpo, os hábitos, a imaginação — e é um dos principais indicadores do temperamento, como ensina Doroteus no Carmen Astrologicum. 2️⃣ A syzygia pré-natal (Lua nova ou cheia anterior ao nascimento) Esse é o último alinhamento importante entre Sol e Lua antes do nascimento. Para autores antigos, esse ponto marca a origem da alma, o momento em que a influência celeste se prepara para receber o espírito no corpo. Também era usada para observar os sinais da vitalidade e da força vital, como também se vê no Tetrabiblos de Ptolemeu. 3️⃣ A Lua do terceiro dia Três dias após o nascimento, vemos se a Lua melhora ou piora de condição: ela faz bons aspectos? entra em signo melhor? Ou enfrenta debilidade? Isso indica como a vida avança após o nascimento — uma técnica ensinada por vários autores da tradição helenística, árabe e persa, como forma de julgar a saúde e os primeiros anos da vida. Juntas, essas três Luas revelam como o espírito encarna, como o corpo o recebe, e como a vida se desenvolve a partir daí. Comenta aqui se há conhecia esta abordagem, e se percebe em sua vida estas nuances. Fontes: Ptolemeu – Tetrabiblos; Doroteu – Carmen Astrologicum; Abū Maʿshar – O Grande Livro da Introdução à Astrologia. #astrologiatradicional #mapanatal #anarodrigues_astrologa #astrologiaclassica
4 dias ago
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É possível — e necessário — resgatar uma visão mais ampla da astrologia.

Uma visão que não se limite a interpretar o céu como um reflexo exclusivo da vida individual.

Na tradição, a astrologia é uma linguagem cósmica. Uma arte interpretativa que contempla os ritmos da Terra, das estações, das civilizações, das dinastias, dos impérios e das grandes catástrofes — não apenas das emoções humanas.

Reduzir todo o saber astrológico à astrologia natal é como olhar para um mapa do mundo esperando encontrar apenas sua casa.

É confundir o todo com a parte.

É esquecer que o céu não gira ao teu redor.

Há momentos em que o céu fala de você, sim — quando há correspondência entre os movimentos celestes e os pontos natais. Mas há também configurações que mostram o coletivo, que falam da Terra como corpo, dos ciclos da história, dos rumos da sociedade, do clima, das sementes, das guerras, das quedas e das reconstruções.

A astrologia, em seu uso mais amplo, é uma forma de perceber o clima do tempo presente. Uma leitura das marés invisíveis que afetam o humor das massas, o andamento da política, as decisões econômicas, os movimentos culturais e o estado geral do mundo.

Ela oferece uma bússola para compreender não apenas “o que vai acontecer comigo?”, mas “qual é o espírito deste momento?”, “que tipo de decisões este tempo favorece ou desencoraja?”

Ignorar essa dimensão é cometer um erro semelhante ao egocentrismo: imaginar que tudo o que ocorre nos céus existe apenas para nos contar algo sobre nossa trajetória pessoal.

É um ponto de vista que empobrece a astrologia e, no limite, nos isola de um entendimento mais profundo sobre o mundo em que vivemos.

A astrologia é, antes de tudo, uma linguagem da ordem natural.

Ela nos permite ver a Terra não como algo isolado, mas como parte de um sistema maior, vivo e inteligente.
E quanto mais conseguimos escutar esse sistema — para além de nossos dramas individuais — mais compreendemos os tempos que vivemos e o papel que neles nos cabe.

Astrologia não é só espelho. É também relógio, calendário, bússola e oráculo.

 A que nível da realidade você tem prestado atenção?
É possível — e necessário — resgatar uma visão mais ampla da astrologia. Uma visão que não se limite a interpretar o céu como um reflexo exclusivo da vida individual. Na tradição, a astrologia é uma linguagem cósmica. Uma arte interpretativa que contempla os ritmos da Terra, das estações, das civilizações, das dinastias, dos impérios e das grandes catástrofes — não apenas das emoções humanas. Reduzir todo o saber astrológico à astrologia natal é como olhar para um mapa do mundo esperando encontrar apenas sua casa. É confundir o todo com a parte. É esquecer que o céu não gira ao teu redor. Há momentos em que o céu fala de você, sim — quando há correspondência entre os movimentos celestes e os pontos natais. Mas há também configurações que mostram o coletivo, que falam da Terra como corpo, dos ciclos da história, dos rumos da sociedade, do clima, das sementes, das guerras, das quedas e das reconstruções. A astrologia, em seu uso mais amplo, é uma forma de perceber o clima do tempo presente. Uma leitura das marés invisíveis que afetam o humor das massas, o andamento da política, as decisões econômicas, os movimentos culturais e o estado geral do mundo. Ela oferece uma bússola para compreender não apenas “o que vai acontecer comigo?”, mas “qual é o espírito deste momento?”, “que tipo de decisões este tempo favorece ou desencoraja?” Ignorar essa dimensão é cometer um erro semelhante ao egocentrismo: imaginar que tudo o que ocorre nos céus existe apenas para nos contar algo sobre nossa trajetória pessoal. É um ponto de vista que empobrece a astrologia e, no limite, nos isola de um entendimento mais profundo sobre o mundo em que vivemos. A astrologia é, antes de tudo, uma linguagem da ordem natural. Ela nos permite ver a Terra não como algo isolado, mas como parte de um sistema maior, vivo e inteligente. E quanto mais conseguimos escutar esse sistema — para além de nossos dramas individuais — mais compreendemos os tempos que vivemos e o papel que neles nos cabe. Astrologia não é só espelho. É também relógio, calendário, bússola e oráculo. A que nível da realidade você tem prestado atenção?
1 semana ago
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É possível abordar o planeta Saturno sem recorrer aos já recorrentes temas da limitação, da estrutura e da responsabilidade?

Certamente — e é precisamente a astrologia tradicional que nos permite reencontrar a complexidade original desse planeta.

Saturno costuma ser interpretado como uma figura disciplinadora, um símbolo de cobrança, estrutura e amadurecimento forçado. Contudo, essa leitura empobrece uma das mais ricas expressões simbólicas do céu.

Para os antigos, Saturno é o mais lento dos planetas visíveis, o mais frio e seco em sua natureza, e o mais afastado da esfera da Terra. Tais qualidades associam-no não apenas ao tempo, mas ao que está além do tempo ordinário: a velhice, a contemplação, o isolamento voluntário, a austeridade e, em sua face mais severa, a morte e a ruína.

Saturno é o eremita que se afasta do mundo para alcançar sabedoria. É o coveiro que compreende o fim de todas as coisas. É o filósofo que, tendo enfrentado o silêncio e a escassez, adquire lucidez sobre os limites da existência.

Na astrologia mundana, Saturno é frequentemente associado a longos períodos de crise, escassez, repressão, declínio de impérios e reformulações lentas, porém profundas. Ele atua como o cronista dos ciclos históricos junto a Júpiter — aqueles que marcam o fim de uma era e o árduo nascimento de outra.

Quando dignificado na carta natal, Saturno não apenas impõe limites — ele concede autodomínio, resiliência e a rara capacidade de suportar o peso da realidade com integridade. Ele não representa a limitação banal, mas o contato profundo com aquilo que é durável, definitivo e, muitas vezes, inegociável.

Falar de Saturno, portanto, é falar do tempo enquanto força cósmica e da sabedoria que nasce do enfrentamento da finitude.

Se desejamos compreendê-lo verdadeiramente, devemos ir além das fórmulas comuns e retornar às fontes clássicas, onde Saturno não é um censor, mas um mestre silencioso.

Qual foi, para você, a vivência mais saturnina da sua vida?
É possível abordar o planeta Saturno sem recorrer aos já recorrentes temas da limitação, da estrutura e da responsabilidade? Certamente — e é precisamente a astrologia tradicional que nos permite reencontrar a complexidade original desse planeta. Saturno costuma ser interpretado como uma figura disciplinadora, um símbolo de cobrança, estrutura e amadurecimento forçado. Contudo, essa leitura empobrece uma das mais ricas expressões simbólicas do céu. Para os antigos, Saturno é o mais lento dos planetas visíveis, o mais frio e seco em sua natureza, e o mais afastado da esfera da Terra. Tais qualidades associam-no não apenas ao tempo, mas ao que está além do tempo ordinário: a velhice, a contemplação, o isolamento voluntário, a austeridade e, em sua face mais severa, a morte e a ruína. Saturno é o eremita que se afasta do mundo para alcançar sabedoria. É o coveiro que compreende o fim de todas as coisas. É o filósofo que, tendo enfrentado o silêncio e a escassez, adquire lucidez sobre os limites da existência. Na astrologia mundana, Saturno é frequentemente associado a longos períodos de crise, escassez, repressão, declínio de impérios e reformulações lentas, porém profundas. Ele atua como o cronista dos ciclos históricos junto a Júpiter — aqueles que marcam o fim de uma era e o árduo nascimento de outra. Quando dignificado na carta natal, Saturno não apenas impõe limites — ele concede autodomínio, resiliência e a rara capacidade de suportar o peso da realidade com integridade. Ele não representa a limitação banal, mas o contato profundo com aquilo que é durável, definitivo e, muitas vezes, inegociável. Falar de Saturno, portanto, é falar do tempo enquanto força cósmica e da sabedoria que nasce do enfrentamento da finitude. Se desejamos compreendê-lo verdadeiramente, devemos ir além das fórmulas comuns e retornar às fontes clássicas, onde Saturno não é um censor, mas um mestre silencioso. Qual foi, para você, a vivência mais saturnina da sua vida?
1 semana ago
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A astrologia tem seus limites.

Não podemos pensar que, por ser uma arte divinatória, tudo está ao alcance do astrólogo.

Certas questões — especialmente no mundo moderno — exigem uma explicação prévia do consulente. O contexto faz toda a diferença na leitura.

Abū Maʿshar já dizia, em seu livro sobre as revoluções das natividades, que é essencial identificar a idade do nativo antes mesmo de iniciar as previsões. Isso porque os planetas revelam coisas diferentes conforme o momento da vida.

Lembro de uma leitura em que mencionei a possibilidade de lentidão em um processo jurídico. O consulente então me disse que tinha dois processos em andamento e queria saber qual deles teria andamento primeiro. Esse tipo de resposta, na astrologia natal, nem sempre é clara. O que podemos fazer é oferecer pistas, com base em certas características dos processos. No caso, ambos eram contra o governo, tratando de valores perdidos na aposentadoria — e, do ponto de vista astrológico, tinham os mesmos significadores. Isso torna a diferenciação bastante difícil.

Não vejo problema algum em explicar ao consulente quando algo não é possível de se responder com precisão. O que não devemos fazer, como astrólogos, é tirar respostas da “caixinha de surpresas” só para agradar o consulente. Isso pode gerar expectativas infundadas ou mesmo orientar decisões com base em elementos equivocados — e isso é uma responsabilidade ética que não podemos ignorar.

Lembre-se sempre: estamos lidando com vidas humanas.
A astrologia tem seus limites. Não podemos pensar que, por ser uma arte divinatória, tudo está ao alcance do astrólogo. Certas questões — especialmente no mundo moderno — exigem uma explicação prévia do consulente. O contexto faz toda a diferença na leitura. Abū Maʿshar já dizia, em seu livro sobre as revoluções das natividades, que é essencial identificar a idade do nativo antes mesmo de iniciar as previsões. Isso porque os planetas revelam coisas diferentes conforme o momento da vida. Lembro de uma leitura em que mencionei a possibilidade de lentidão em um processo jurídico. O consulente então me disse que tinha dois processos em andamento e queria saber qual deles teria andamento primeiro. Esse tipo de resposta, na astrologia natal, nem sempre é clara. O que podemos fazer é oferecer pistas, com base em certas características dos processos. No caso, ambos eram contra o governo, tratando de valores perdidos na aposentadoria — e, do ponto de vista astrológico, tinham os mesmos significadores. Isso torna a diferenciação bastante difícil. Não vejo problema algum em explicar ao consulente quando algo não é possível de se responder com precisão. O que não devemos fazer, como astrólogos, é tirar respostas da “caixinha de surpresas” só para agradar o consulente. Isso pode gerar expectativas infundadas ou mesmo orientar decisões com base em elementos equivocados — e isso é uma responsabilidade ética que não podemos ignorar. Lembre-se sempre: estamos lidando com vidas humanas.
2 semanas ago
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Em um gráfico, a sétima casa representa a seção do céu que está mais perto do horizonte ocidental – o lugar onde o Sol, a Lua e os planetas se põem. É chamada uma casa angular, e como um dos quatro ângulos, é automaticamente poderosa.

O principal tema da sétima casa de uma carta astrológica é o casamento, ou parceria / associação.

Julius Firmicus Maternus ,séc IV ec utilizava a palavra “coniunx” para defini-la. Esta é a palavra em latim para conjuge, por significar “unir”, “juntar”. A casa sete nos fornece muitas informações sobre um parceiro. Desde as características físicas determiandas pelo signo, seu senhor e planetas na casa, até outras relações do parceiro, lidando com as casas derivadas. de onde podemos extrair informações sobre sua família, condição de posses, relações anteriores, condições profissionais, e muito mais.

Mas há outros tipos de uniões podem se definidas na casa sete, como por exemplo uma sociedade de negócios. Neste sentido, Vettius Valens nos dá algumas definições interessantes:

“Os benéficos neste local e o senhor do Ascendente ou do Lot da Fortuna indicam coisas boas para o nativo: heranças, aquisição repentina de outras propriedades e benefícios de uma morte. Se os benéficos não estão em seus próprios lugares, os homens são menos prósperos, mas não atingidos pela pobreza. e continua…”

Vettius Valens

Há ainda outros signifcados para a sétima casa, dada pelos antigos astrólogos. A associavam ao inimigo, à morte. Especialmente estas características lhe eram atribuídas pelo fato da sétima casa ser oposta ao ascendente, que significa o nativo.

Marcus Manilius (séc I Ec) em Astronomica, acreditava que o aspecto de 180 ° (oposição) era inerentemente negativo, quando nenhuma oposição seria mais negativa do que a oposição do Descendente ao Ascendente.

A 7ª casa, representando todo mundo que não é o nativo, se concentra automaticamente nas questões “o outro”, “seu oponente”, “seus inimigos declarados”.

Assim, quando na sétima casa se encontra os maléficos é tido como probabilidade de inimizades, ou mesmo adversidades, e ainda separações.

Vettius Valens na continuação de suas definições sobre a casa sete diz:

“… Se os maléficos estiverem neste Lugar e governarem o Lot ou o Ascendente, e estiverem em suas faces adequadas, a vida do nativo estará sujeita a altos e baixos, especialmente na velhice, mas ele não estará na pobreza. Ele gastará a renda derivada da calúnia e da maldade. Se os maléficos governarem os lotes, mas não estiverem em suas faces, ou em sua própria seita, o nativo levará uma velhice miserável; e continua…., “

Vettius Valens

De qualquer maneira, livrando-nos dos aforismos que têm vínculo com o estilo de vida da época, podemos extrair boas lições da casa 7. O senhor da casa 7 pode mostrar uma maneira de lidar com os argumentos em curso, pode nos indicar maneiras mais adequadas para lidar com as promessas menos favoráveis, diminuindo conscientemente as vulnerabilidades.

Fontes:

Antologies – Vettius Valens – Book II – Tradução de Mark Rilley
Astronomica – Marcus Manillius – Tradução de Thomas Creech, Edward Sherburne, Alfred Edward Housman, George Patrick Goold
Matheseos Libri VIII – Julius Firmicus Maternus =- Tradução de Jean Rhys Bram

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