ANA
ASTROLOGIA CLÁSSICA
& VIDA MODERNA
A questão da escolha da data e do horário de nascimento sempre foi um tema delicado dentro da astrologia tradicional. Para além da técnica, envolve o fundamento filosófico da própria arte, que compreende o nascimento não como um acaso, mas como um momento dotado de sentido. A tradição sustenta que a alma, em sua descida, encontra no céu um retrato fiel das condições que irão moldar sua experiência terrena. Assim, tempo e lugar não são acidentes, mas expressão daquilo que foi escolhido em níveis mais sutis do ser.

Essa visão pode ser ilustrada pela metáfora da embarcação. O nascimento é como o instante em que o navio deixa o porto e lança-se ao mar. O céu, com seus astros dispostos de maneira singular, é a carta náutica que acompanha essa partida. Não é o marinheiro quem decide os ventos ou as correntes, mas é ele quem aceita navegar sob essas condições, sabendo que cada percurso se ajusta à sua própria travessia.

É natural que os pais, movidos pelo desejo de proteger, sonhem com a possibilidade de oferecer ao filho ventos mais suaves e águas mais tranquilas. No entanto, a verdadeira contribuição não está em tentar intervir no instante de sua partida, mas em reconhecer que cada alma traz consigo um propósito que merece ser respeitado. O maior presente dos pais é o amparo, o suporte e o amor que oferecem durante a travessia — especialmente nas circunstâncias que fogem ao seu controle.

Assim, em vez de buscar atalhos ou ilusões de segurança, o gesto mais profundo de cuidado é confiar na sabedoria que guia a escolha da alma e sustentar o filho para que ele navegue sua própria jornada com coragem e dignidade.

#astrologia #astrologiaclássica #anarodrigues_astrologa
A questão da escolha da data e do horário de nascimento sempre foi um tema delicado dentro da astrologia tradicional. Para além da técnica, envolve o fundamento filosófico da própria arte, que compreende o nascimento não como um acaso, mas como um momento dotado de sentido. A tradição sustenta que a alma, em sua descida, encontra no céu um retrato fiel das condições que irão moldar sua experiência terrena. Assim, tempo e lugar não são acidentes, mas expressão daquilo que foi escolhido em níveis mais sutis do ser. Essa visão pode ser ilustrada pela metáfora da embarcação. O nascimento é como o instante em que o navio deixa o porto e lança-se ao mar. O céu, com seus astros dispostos de maneira singular, é a carta náutica que acompanha essa partida. Não é o marinheiro quem decide os ventos ou as correntes, mas é ele quem aceita navegar sob essas condições, sabendo que cada percurso se ajusta à sua própria travessia. É natural que os pais, movidos pelo desejo de proteger, sonhem com a possibilidade de oferecer ao filho ventos mais suaves e águas mais tranquilas. No entanto, a verdadeira contribuição não está em tentar intervir no instante de sua partida, mas em reconhecer que cada alma traz consigo um propósito que merece ser respeitado. O maior presente dos pais é o amparo, o suporte e o amor que oferecem durante a travessia — especialmente nas circunstâncias que fogem ao seu controle. Assim, em vez de buscar atalhos ou ilusões de segurança, o gesto mais profundo de cuidado é confiar na sabedoria que guia a escolha da alma e sustentar o filho para que ele navegue sua própria jornada com coragem e dignidade. #astrologia #astrologiaclássica #anarodrigues_astrologa
5 dias ago
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Na tradição astrológica existem práticas que não se sustentam na lógica clássica. Não se trata de simples proibições, mas de coerência filosófica e ética diante do modo como a astrologia tradicional compreende o destino humano.

1. Relocação do mapa natal
O mapa de nascimento é único, pois corresponde ao instante em que a alma, ao descer pelas esferas planetárias, adentra o mundo terreno em um lugar e tempo determinados. Esse marco é definitivo: nele está inscrita a assinatura da vida pelas águas do destino. Relocar o mapa natal quando a pessoa muda de cidade é, portanto, uma distorção da própria lógica tradicional. Algumas das principais técnicas de cronocracia como as profecções e direções, têm como base o ascendente e esse momento inaugural, dependem  e não podem ser reconstruídas em outro lugar. O que pode ser relocado, legitimamente, é a Revolução Solar, pois esta descreve as condições específicas de cada ano e pode, de fato, variar conforme o local onde a pessoa vive..

2. Escolha de cidade para o aniversário
A prática de viajar para “melhorar” o mapa da Revolução Solar segue a mesma incongruência. Ao buscar uma cidade que ofereça um mapa mais favorável, cria-se uma confusão conceitual: tenta-se tratar a Revolução Solar como se fosse uma carta eletiva. No entanto, a astrologia natal e a eletiva pertencem a campos distintos, com finalidades e delineamentos próprios. Misturá-los de forma indiscriminada gera uma espécie de bricolagem incoerente, que não respeita a natureza de cada ramo. A Revolução Solar deve ser calculada para o lugar onde a vida efetivamente se desenrola, pois é nesse espaço que os símbolos se concretizam.

A ética da astrologia tradicional, portanto, nos recorda de que o destino não se contorna por expedientes artificiais, mas se revela a partir do tempo e lugar originais do nascimento. O mapa natal é um selo intransferível, e a verdadeira sabedoria consiste em compreender seus símbolos e ritmos, não em buscar atalhos que distorcem sua ordem.

As mudanças vividas não são extraordinárias, são os reflexos do próprio barco da vida. 

O destino é imutável, mas podemos chegar a ele por caminhos variados.
Na tradição astrológica existem práticas que não se sustentam na lógica clássica. Não se trata de simples proibições, mas de coerência filosófica e ética diante do modo como a astrologia tradicional compreende o destino humano. 1. Relocação do mapa natal O mapa de nascimento é único, pois corresponde ao instante em que a alma, ao descer pelas esferas planetárias, adentra o mundo terreno em um lugar e tempo determinados. Esse marco é definitivo: nele está inscrita a assinatura da vida pelas águas do destino. Relocar o mapa natal quando a pessoa muda de cidade é, portanto, uma distorção da própria lógica tradicional. Algumas das principais técnicas de cronocracia como as profecções e direções, têm como base o ascendente e esse momento inaugural, dependem e não podem ser reconstruídas em outro lugar. O que pode ser relocado, legitimamente, é a Revolução Solar, pois esta descreve as condições específicas de cada ano e pode, de fato, variar conforme o local onde a pessoa vive.. 2. Escolha de cidade para o aniversário A prática de viajar para “melhorar” o mapa da Revolução Solar segue a mesma incongruência. Ao buscar uma cidade que ofereça um mapa mais favorável, cria-se uma confusão conceitual: tenta-se tratar a Revolução Solar como se fosse uma carta eletiva. No entanto, a astrologia natal e a eletiva pertencem a campos distintos, com finalidades e delineamentos próprios. Misturá-los de forma indiscriminada gera uma espécie de bricolagem incoerente, que não respeita a natureza de cada ramo. A Revolução Solar deve ser calculada para o lugar onde a vida efetivamente se desenrola, pois é nesse espaço que os símbolos se concretizam. A ética da astrologia tradicional, portanto, nos recorda de que o destino não se contorna por expedientes artificiais, mas se revela a partir do tempo e lugar originais do nascimento. O mapa natal é um selo intransferível, e a verdadeira sabedoria consiste em compreender seus símbolos e ritmos, não em buscar atalhos que distorcem sua ordem. As mudanças vividas não são extraordinárias, são os reflexos do próprio barco da vida. O destino é imutável, mas podemos chegar a ele por caminhos variados.
2 semanas ago
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Na astrologia tradicional, duas figuras se destacam quando buscamos compreender a força que governa a vida e o destino de um nativo: o regente do Ascendente e o Almuten Figuris. Embora ambos sejam centrais, eles cumprem papéis distintos.

O Regente do Ascendente
O regente do Ascendente é o planeta que governa o signo que se levanta no horizonte no momento do nascimento. Ele é considerado o significador primário da vida e do corpo. Representa o modo como o nativo se manifesta no mundo, sua vitalidade imediata e a condução básica da vida. Tecnicamente, sua análise leva em conta:

A força essencial do planeta (se está em domicílio, exaltação, detrimento, queda).
A força acidental (posição por casa, movimento, aspectos recebidos).

Na prática, ele mostra “a maneira como a vida é conduzida” e a energia fundamental que permeia o destino.

O Almuten Figuris
Já o Almuten Figuris é um conceito mais amplo. Ele é determinado pelo cálculo da pontuação de dignidades essenciais dos cinco pontos mais vitais do mapa: Ascendente, Sol, Lua, Parte da Fortuna e o grau da conjunção ou oposição precedente (segundo a tradição árabe). O planeta que obtiver maior soma de dignidades é chamado Senhor da Figura.

Na prática, enquanto o regente do Ascendente tem um vínculo direto e evidente com o corpo e a vida física, o Almuten Figuris reflete o governante espiritual e existencial da natividade. Ele é quem possui o maior direito de governo sobre o todo do mapa, sendo um significador de destino, propósito e condução geral da alma.

O regente do Ascendente mostra como a vida se move no plano concreto e corporal. O Almuten Figuris, por outro lado, revela quem, de fato, “manda” no mapa, indicando a direção espiritual e a força interior que orienta o destino. 

#astrologia #astrologiaclassica #anarodrigues_astrologa
Na astrologia tradicional, duas figuras se destacam quando buscamos compreender a força que governa a vida e o destino de um nativo: o regente do Ascendente e o Almuten Figuris. Embora ambos sejam centrais, eles cumprem papéis distintos. O Regente do Ascendente O regente do Ascendente é o planeta que governa o signo que se levanta no horizonte no momento do nascimento. Ele é considerado o significador primário da vida e do corpo. Representa o modo como o nativo se manifesta no mundo, sua vitalidade imediata e a condução básica da vida. Tecnicamente, sua análise leva em conta: A força essencial do planeta (se está em domicílio, exaltação, detrimento, queda). A força acidental (posição por casa, movimento, aspectos recebidos). Na prática, ele mostra “a maneira como a vida é conduzida” e a energia fundamental que permeia o destino. O Almuten Figuris Já o Almuten Figuris é um conceito mais amplo. Ele é determinado pelo cálculo da pontuação de dignidades essenciais dos cinco pontos mais vitais do mapa: Ascendente, Sol, Lua, Parte da Fortuna e o grau da conjunção ou oposição precedente (segundo a tradição árabe). O planeta que obtiver maior soma de dignidades é chamado Senhor da Figura. Na prática, enquanto o regente do Ascendente tem um vínculo direto e evidente com o corpo e a vida física, o Almuten Figuris reflete o governante espiritual e existencial da natividade. Ele é quem possui o maior direito de governo sobre o todo do mapa, sendo um significador de destino, propósito e condução geral da alma. O regente do Ascendente mostra como a vida se move no plano concreto e corporal. O Almuten Figuris, por outro lado, revela quem, de fato, “manda” no mapa, indicando a direção espiritual e a força interior que orienta o destino. #astrologia #astrologiaclassica #anarodrigues_astrologa
3 semanas ago
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Todo mundo celebrando a conjunção Vênus–Júpiter em Câncer 🌟💧… mas vale lembrar que ela aconteceu com a Lua fora de curso e, logo depois, a Lua ingressando em Áries e se aproximando de Saturno. Nenhum evento celeste é isolado na astrologia.

Esse cenário costuma indicar excessos, precipitações e até problemas ligados à água.

Ontem, um seguidor contou que, no trabalho dele, um reservatório estourou e quase queimou as bombas, e a conjunção ocorreu em trânsito na casa VI. No meu caso, o “mar” veio em forma de papel: um boleto de 20 mil reais caiu na minha conta — e não, não era um presente do céu, e sim erro da empresa. 😅

Nem sempre o brilho vem sem respingos…

#astrología #astrologiaclassica #anarodrigues_astrologa
Todo mundo celebrando a conjunção Vênus–Júpiter em Câncer 🌟💧… mas vale lembrar que ela aconteceu com a Lua fora de curso e, logo depois, a Lua ingressando em Áries e se aproximando de Saturno. Nenhum evento celeste é isolado na astrologia. Esse cenário costuma indicar excessos, precipitações e até problemas ligados à água. Ontem, um seguidor contou que, no trabalho dele, um reservatório estourou e quase queimou as bombas, e a conjunção ocorreu em trânsito na casa VI. No meu caso, o “mar” veio em forma de papel: um boleto de 20 mil reais caiu na minha conta — e não, não era um presente do céu, e sim erro da empresa. 😅 Nem sempre o brilho vem sem respingos… #astrología #astrologiaclassica #anarodrigues_astrologa
4 semanas ago
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Em um gráfico, a sétima casa representa a seção do céu que está mais perto do horizonte ocidental – o lugar onde o Sol, a Lua e os planetas se põem. É chamada uma casa angular, e como um dos quatro ângulos, é automaticamente poderosa.

O principal tema da sétima casa de uma carta astrológica é o casamento, ou parceria / associação.

Julius Firmicus Maternus ,séc IV ec utilizava a palavra “coniunx” para defini-la. Esta é a palavra em latim para conjuge, por significar “unir”, “juntar”. A casa sete nos fornece muitas informações sobre um parceiro. Desde as características físicas determiandas pelo signo, seu senhor e planetas na casa, até outras relações do parceiro, lidando com as casas derivadas. de onde podemos extrair informações sobre sua família, condição de posses, relações anteriores, condições profissionais, e muito mais.

Mas há outros tipos de uniões podem se definidas na casa sete, como por exemplo uma sociedade de negócios. Neste sentido, Vettius Valens nos dá algumas definições interessantes:

“Os benéficos neste local e o senhor do Ascendente ou do Lot da Fortuna indicam coisas boas para o nativo: heranças, aquisição repentina de outras propriedades e benefícios de uma morte. Se os benéficos não estão em seus próprios lugares, os homens são menos prósperos, mas não atingidos pela pobreza. e continua…”

Vettius Valens

Há ainda outros signifcados para a sétima casa, dada pelos antigos astrólogos. A associavam ao inimigo, à morte. Especialmente estas características lhe eram atribuídas pelo fato da sétima casa ser oposta ao ascendente, que significa o nativo.

Marcus Manilius (séc I Ec) em Astronomica, acreditava que o aspecto de 180 ° (oposição) era inerentemente negativo, quando nenhuma oposição seria mais negativa do que a oposição do Descendente ao Ascendente.

A 7ª casa, representando todo mundo que não é o nativo, se concentra automaticamente nas questões “o outro”, “seu oponente”, “seus inimigos declarados”.

Assim, quando na sétima casa se encontra os maléficos é tido como probabilidade de inimizades, ou mesmo adversidades, e ainda separações.

Vettius Valens na continuação de suas definições sobre a casa sete diz:

“… Se os maléficos estiverem neste Lugar e governarem o Lot ou o Ascendente, e estiverem em suas faces adequadas, a vida do nativo estará sujeita a altos e baixos, especialmente na velhice, mas ele não estará na pobreza. Ele gastará a renda derivada da calúnia e da maldade. Se os maléficos governarem os lotes, mas não estiverem em suas faces, ou em sua própria seita, o nativo levará uma velhice miserável; e continua…., “

Vettius Valens

De qualquer maneira, livrando-nos dos aforismos que têm vínculo com o estilo de vida da época, podemos extrair boas lições da casa 7. O senhor da casa 7 pode mostrar uma maneira de lidar com os argumentos em curso, pode nos indicar maneiras mais adequadas para lidar com as promessas menos favoráveis, diminuindo conscientemente as vulnerabilidades.

Fontes:

Antologies – Vettius Valens – Book II – Tradução de Mark Rilley
Astronomica – Marcus Manillius – Tradução de Thomas Creech, Edward Sherburne, Alfred Edward Housman, George Patrick Goold
Matheseos Libri VIII – Julius Firmicus Maternus =- Tradução de Jean Rhys Bram

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